domingo, 2 de maio de 2010

Natural, sim. Sustentável, nem sempre.

A palavra natural é muitas vezes usada para induzir o consumidor a pensar que um determinado produto é sustentável, ecológico ou ainda benéfico para a saúde. Mas esse termo não significa nada além de algo que seja proveniente da natureza, mesmo que tenha sido extraído de forma predatória ao ecossistema e à saúde humana. Mesmo assim, muitas indústrias baseiam seu marketing em cima desse falso conceito para criar uma imagem simpática à determinado produto.

Um bom exemplo é o algodão, usado em grande escala pela indústria têxtil e vendido como uma fibra natural ecológica. “A fibra é natural, mas a maneira como ele é cultivado pode ser prejudicial ao meio ambiente”, explica Tais Aline Remunhão, professora de tecnologia Têxtil da Faculdade Santa Marcelina.
Segundo a Fundação Justiça Ambiental (EJF na sigla em inglês), essa lavoura é considerada a mais tóxica do mundo, pois representa 2,4% de áreas cultivadas e utiliza 25% dos pesticidas e agrotóxicos aplicados em todo o planeta. Os pesticidas envenenam até 5 milhões de agricultores por ano, hospitalizam 1 milhão e matam 20 mil.
Para cada camiseta de algodão que pesa 250 gramas são usados 160 gramas de agrotóxicos“, diz Taís. Outro ponto negativo no cultivo de algodão é seu alto consumo de água na irrigação: para cada botão da planta são necessários mais de 2,5 litros.


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